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Desmistificando o Google Compute Engine: O Coração da Sua Infraestrutura na Nuvem

Olá, pessoal! Aqui é Michell Santana. Em nossas conversas sobre tecnologia e infraestrutura de TI, um tema que sempre surge é a migração para a nuvem e a escolha dos serviços certos. Hoje, vamos mergulhar em um dos pilares do Google Cloud Platform (GCP): o Compute Engine.


Para quem vem, de um background sólido em infraestrutura on-premises, entender o Compute Engine é como encontrar o nosso bom e velho servidor, mas com superpoderes. Trata-se do serviço de Infrastructure as a Service (IaaS) do Google, que nos permite criar e gerenciar máquinas virtuais (VMs) de alta performance, escaláveis e seguras, rodando nos mesmos data centers que sustentam o buscador do Google, o YouTube e outros serviços globais.


Por que o Compute Engine é uma Peça-Chave na Estratégia de TI?


A primeira pergunta que um gestor ou analista de infraestrutura se faz é: "O que eu ganho com isso?". A resposta vai além do simples "alugar um servidor".

  1. Flexibilidade e Controle: Você tem total controle sobre o sistema operacional (Linux ou Windows), o hardware virtual (vCPUs, RAM, discos) e a rede. É o seu data center, mas sem a preocupação com refrigeração, energia ou troca de hardware físico.

  2. Escalabilidade Sob Demanda: Precisa de mais poder de processamento para um fechamento de mês ou para uma campanha de marketing? Em minutos, você pode escalar suas VMs verticalmente (mais recursos) ou horizontalmente (mais instâncias). Acabou o pico? Reduza e pare de pagar.

  3. Performance e Segurança Globais: Suas aplicações rodam na rede global privada do Google, o que garante baixa latência e alta performance. Além disso, aproveitamos toda a expertise de segurança do Google, com dados criptografados em trânsito e em repouso.

  4. Otimização de Custos (FinOps): Este é um ponto crucial. Diferente do modelo tradicional de CAPEX, onde compramos servidores caros, no Compute Engine operamos com OPEX. O faturamento é granular (por segundo, em muitos casos) e existem diversas formas de otimizar os custos, como o uso de VMs preemptivas (com até 80% de desconto) para cargas de trabalho não críticas ou o desconto por uso contínuo.


Colocando a Mão na Massa: Da Criação ao Gerenciamento


Vamos simular um cenário prático e comum: subir um servidor de aplicação em Linux, que precisa ser acessado pela equipe de desenvolvimento.


1. Criando uma VM Linux (Ubuntu Server)


O processo no Console do Google Cloud é bastante intuitivo.

  • Acesse o console > Compute Engine > Instâncias de VM > Criar Instância.

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Aqui, definimos as configurações essenciais:

  • Nome: srv-app-dev-01 (um padrão de nomenclatura é fundamental!)

  • Região e Zona: southamerica-east1-b (São Paulo), para garantir baixa latência para usuários no Brasil.

  • Tipo de Máquina: Começamos com um e2-medium (2 vCPUs, 4 GB RAM), uma escolha de bom custo-benefício para desenvolvimento.

  • Disco de Boot: Selecionamos a imagem do Ubuntu 22.04 LTS.

  • Firewall: Marcamos as opções para permitir tráfego HTTP e HTTPS, se for uma aplicação web.

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2. Utilizando um Script de Inicialização (Copie e cole no espaço informado)


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Uma das funcionalidades mais poderosas é o "Startup Script". Com ele, a VM já pode nascer pronta para o uso. Por exemplo, para instalar um servidor web Nginx automaticamente:

#!/bin/bash
sudo apt-get update
sudo apt-get install -y nginx
sudo systemctl start nginx
sudo systemctl enable nginx

Esse simples script garante que, assim que a VM estiver online, o Nginx já estará instalado e rodando. Isso automatiza o processo de setup e garante a padronização do ambiente.


3. Acessando e Testando a VM


Com a VM criada, o acesso é simplificado. Para Linux, o GCP oferece uma conexão SSH segura diretamente pelo navegador ou você pode usar sua chave SSH tradicional com o gcloud CLI.

gcloud compute ssh srv-app-dev-01 --zone southamerica-east1-b

Uma vez dentro, um simples comando curl localhost deve retornar a página de boas-vindas do Nginx, confirmando que nosso script de inicialização funcionou perfeitamente.


Cenário Real: Backup e Resiliência com Snapshots


Imagine que o time de desenvolvimento vai aplicar uma atualização crítica na aplicação que roda na nossa VM. Como garantimos um ponto de retorno seguro? É aqui que entram os Snapshots.


Um Snapshot é uma "fotografia" de um disco em um determinado momento. Ele é a forma mais rápida e eficiente de realizar backups de VMs no Compute Engine.

  • Acesse Compute Engine > Snapshots > Criar Snapshot.

  • Selecione o disco de origem (o disco da nossa srv-app-dev-01).

  • Dê um nome e confirme.


O processo é rápido e o snapshot é armazenado de forma redundante em múltiplas localizações. Se a atualização falhar, podemos criar um novo disco a partir desse snapshot em minutos e restaurar a VM ao seu estado anterior, minimizando o tempo de inatividade. Simples, rápido e seguro.


Compute Engine como Fundamento Estratégico


Como vimos, o Google Compute Engine é muito mais do que apenas um "servidor virtual". É uma plataforma robusta que nos dá o controle e a flexibilidade da infraestrutura tradicional, mas com a escalabilidade, segurança e inteligência de custos que só a nuvem do Google pode oferecer.


Seja para migrar um legado, hospedar um novo sistema ou criar um ambiente de desenvolvimento ágil, dominar o Compute Engine é um passo essencial para qualquer profissional de TI que busca construir infraestruturas modernas, resilientes e alinhadas aos objetivos do negócio.


Em um próximo artigo, vamos explorar os "Grupos de Instâncias Gerenciadas" e o "Balanceamento de Carga", para levar nossa aplicação a um novo nível de disponibilidade e escalabilidade.


Ficou com alguma dúvida ou quer compartilhar sua experiência com o Compute Engine? Deixe um comentário abaixo!


Um abraço e até a próxima!

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